A perda de audição é um problema que causa um grande impacto na vida das pessoas. Mais do que afetar a sua capacidade de compreender as informações sonoras, ela pode levar a consequências sociais, psicológicas e até biológicas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 14% dos brasileiros, e 10% da população mundial, sofre com a perda de audição. Nesse cenário, percebe-se que ela não é causada somente pelo envelhecimento, mas pela genética e, principalmente, os maus hábitos adquiridos ao longo da vida.
Confira nesse artigo quais os prejuízos da perda de audição, os principais fatores causadores do problema e como tratá-lo.
A importância de tratar a perda de audição De todas as deficiências humanas, a perda de audição está entre as que mais devasta o convívio social. Isso ocorre porque ela dificulta o entendimento e a comunicação entre as pessoas, prejudicando substancialmente as relações interpessoais. De forma geral, os principais problemas decorrentes da falta de tratamento para a surdez são:
Isolamento social e familiar;
Declínio cognitivo;
Depressão e sentimentos negativos;
Dificuldade de manter-se informado pelos meios de comunicação audiovisuais.
Todos esses problemas levam à redução na qualidade de vida da pessoa, visto que ela tende a se afastar cada vez mais das pessoas por não conseguir entender e se comunicar de forma adequada. Quando a perda de audição atinge as crianças, as consequências podem ser ainda maiores. Ela acaba interferindo diretamente no desenvolvimento da linguagem, da fala e da aprendizagem como um todo. Com isso, leva a prejuízos escolares que pode afetar, inclusive, na sua vida profissional futura. Na terceira idade, a perda auditiva é conhecida como presbiacusia, que pode ser entendido como o envelhecimento natural do aparelho auditivo. Nessa idade especialmente, os impactos não se restringem apenas à saúde física, mas também a saúde emocional e, consequentemente, a qualidade de vida desse grupo de pacientes. As consequências são tão grandes que uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo identificou uma correlação direta da perda auditiva em idosos e déficits em aspectos sociais, que podem ser notadas com:
o isolamento e sentimento de solidão;
constrangimento;
diminuição de atividades na rotina diária;
frustração;
tristeza;
dificuldades de comunicação.
Por outro lado, um estudo da Universidade Luterana do Brasil com idosos demonstrou que o cuidado adequado com a doença, com o uso de próteses auditivas, por exemplo, melhorou a qualidade de vida desses indivíduos, evidenciando a necessidade e benefícios do tratamento.
Quais as principais causas da perda auditiva
Há diversas causas vinculadas à perda de audição. O primeiro fator e um dos mais conhecidos é o envelhecimento. No caso, sabe-se que, com o advento da idade, as células auditivas vão morrendo, levando a alterações na funcionalidade do ouvido. A genética também influencia no surgimento do problema. Estima-se que mais de 50% dos casos de surdez na infância são hereditários ou adquiridos no momento do nascimento. Outro fator muito relacionado à perda auditiva diz respeito à exposição a ruídos, seja através da poluição sonora ou mesmo devido ao uso prolongado de fones de ouvido.
É possível tratar o problema?
O tratamento para a perda de audição não consiste em restaurar a audição normal, mas sim em melhorar a capacidade de compreensão nos diferentes ambientes, bem como fortalecer a audição ainda existente. Nesse cenário, o uso de aparelho de amplificação sonora individual, ou simplesmente prótese auditiva ou aparelho auditivo, é muito recomendado. Disponível em diversos modelos, trata-se de um dispositivo aplicado no ouvido externo que serve como um amplificador de som.
O uso desse equipamento vem apresentando resultados muito satisfatórios, principalmente em relação ao retorno à vida social e melhora na autoestima e bem-estar como um todo.
Há, ainda, a opção de realizar a cirurgia. Porém, esta costuma ser recomendada em casos mais graves, como, por exemplo, quando a pessoa sofre de otite crônica e fechamento do tímpano. A escolha da forma adequada de reabilitação da perda de audição deve ser realizada por um otorrinolaringologista.
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Material escrito por: Dr. Paulo Roberto Crespi - CRM 4228 / RQE 4084 Diretor técnico do CDO, o Dr. Paulo Crespi é também um dos fundadores da clínica. Possui pós-graduação em otorrinolaringologia e mestrado em otoneurologia pela USP. Já exerceu cargos de chefia e presidência na Sociedade Catarinense de Otorrinolaringologia, nos departamentos de otorrinolaringologia do Hospital Geral Celso Ramos e da Associação Catarinense de Medicina.
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