No corpo humano, as amígdalas têm como principal função a produção de anticorpos para combater vírus e bactérias que possam entrar pelo nariz e boca. Apesar desse importante papel para o sistema imunológico, os órgãos não são indispensáveis para a nossa sobrevivência e, em alguns casos, devem ser removidos por meio da amigdalectomia.
Muito comum nos anos de 1960, o número de procedimentos vêm caindo gradativamente após pesquisas confirmarem que muitas cirurgias eram realizadas sem necessidade. Para se ter uma ideia, um estudo realizado na Inglaterra e divulgado no The British Journal of General Practice revelou que 7 em cada 8 operações realizadas em crianças não eram necessárias.
Mas, afinal, quando a amigdalectomia é indicada? Continue a leitura e saiba mais sobre o procedimento!
O que é amigdalectomia?
Apesar do nome complicado, a amigdalectomia nada mais é do que a cirurgia para a retirada das amígdalas. O procedimento é bastante realizado em pacientes infantis, mas também pode ser feito por adultos, dependendo da necessidade de cada caso.
Ao contrário do que você possa imaginar, a retirada das amígdalas não causa queda na imunidade, já que existem outros componentes do nosso corpo responsáveis pelo fortalecimento do sistema imunológico.
Quando o procedimento é indicado?
Com o avanço da medicina, muitos quadros de infecções de amígdalas passaram a ser controlados e curados com anti-inflamatórios, dispensando a necessidade do procedimento cirúrgico. A cirurgia só deve ser recomendada após a avaliação individual feita por um otorrinolaringologista, mas de maneira geral a amigdalectomia é indicada para os seguintes casos:
mais de sete episódios de dor ou inflamação da garganta por ano;
mais de cinco episódios de dor ou inflamação da garganta por ano, durante dois anos consecutivos;
três episódios de dor ou inchaço da garganta ao ano durante três anos seguidos;
aumento no tamanho das amígdalas.
É importante destacar que o procedimento também possui contra-indicações. Pacientes que estão com alterações dos fatores de coagulação e processos inflamatórios ou infecciosos ativos nas vias aéreas superiores, ou sofrem com anemias moderadas e graves não devem se submeter à cirurgia sem a correção prévia do problema.
Como é feita a cirurgia?
A amigdalectomia é um procedimento considerado bastante rápido e simples. Para retirar as amígdalas, o cirurgião responsável insere uma espécie de pinça pela própria boca do paciente e realiza uma pequena incisão na borda anterior da amígdala para removê-la por completo.
Após a retirada, o cirurgião utiliza eletrocautério e pontos para controlar possíveis sangramentos na região. Os pontos caem espontaneamente cerca de uma semana após o procedimento, não sendo necessário retirá-los em consultório. A cirurgia é realizada sob anestesia geral, possui duração média entre 30 minutos e 1 hora e é considerada bastante simples e segura.
Quais os cuidados pós-procedimento?
Após a realização do procedimento, o paciente costuma receber alta entre 8 e 12 horas. Contudo, é necessário seguir as recomendações médicas para garantir uma recuperação tranquila e segura, já que a falta de cuidados no período pós-cirúrgico pode trazer complicações à saúde do paciente. Confira os cuidados que você deve ter!
Alimentação: após a cirurgia, engolir pode ser bem incômodo e, por isso, a alimentação deve ser restrita. Nos três primeiros dias, os alimentos devem ser líquidos, pastosos e frios. Uma boa opção, principalmente para as crianças, é tomar sorvetes e sucos gelados, por exemplo.
Repouso: na primeira semana, o paciente deve ficar em repouso, evitando qualquer tipo de esforço. Atividades físicas só estão liberadas cerca de 30 dias após o procedimento, podendo variar para mais ou para menos dependendo da recomendação médica para cada caso.
Higienização bucal: a escovação da parte posterior da garganta deve ser realizada com muito cuidado, a fim de evitar que a escova de dente entre em contato com a região em processo de cicatrização. Bochechos e gargarejos devem ser evitados durante a primeira semana pós-cirurgia.
Além disso, vale ressaltar que infecções e dores de garganta são comuns nos primeiros dias após a cirurgia. Nesses casos, o médico pode orientar o paciente a fazer uso de analgésicos e anti-inflamatórios para controlar os sintomas. Ficou com alguma dúvida sobre a amigdalectomia? Entre em contato conosco e nos mande sua pergunta. Para conferir mais conteúdos como este, siga-nos no Facebook e Instagram e fique por dentro de nossas novidades!
Material escrito por: Dr. Rafael Nunes Goulart - CRM 15664 / RQE 12369 Dr. Rafael Goulart é formado em medicina pela Unisul, especialista em cirurgia de cabeça e pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Seus principais interesses são cirurgias da tireoide, de tumores na cabeça e pescoço e cirurgias na boca, laringe e faringe.
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